sábado, 16 de julho de 2022

PASTORAL CARCERÁRIA, MISSÃO PRA VIDA

Conheci o mundo do cárcere na pequena cadeia da cidade de Bananeiras, Pb. Desde bem pequena na sexta-feira santa era costume levar até os presos uma refeição. E assim mais tarde, as visitas foram ficando mais frequentes nas tardes de domingo após a participação em um grupo de oração da Renovação Carismática Católica. Era o ano de 1986.

Só em 1993, quando fui morar na cidade de Guarabira, sede da diocese, tive o primeiro contato com um pequeno grupo de Pastoral Carcerária e logo me juntei a ele. As visitas aconteciam nas quintas-feiras na cadeia pública da cidade transformada em presídio apenas por uma placa. Foram três intensos anos onde pude aprender na prática, como fazer Pastoral Carcerária: visitas, denúncias de maus tratos, celebrações, busca de dignidade para os presos…

Em 1996 por necessidade pessoal fui com a família morar em João Pessoa e já no primeiro mês me apresentei a equipe da Arquidiocese para continuar a atividade missionária que eu já havia adotado pra minha vida.

Na Arquidiocese da Paraíba comecei por integrar a equipe de pastoral carcerária do Presídio do Roger. Na época vivenciamos grandes tragédia naquela unidade. Grandes rebeliões… Chacina… Com o tempo passei a integrar as equipes de outras unidades… e vieram também as perseguições e até prisão.

Na Pastoral Carcerária da Arquidiocese da Paraíba fui coordenadora, integrei o Conselho da Comunidade da Capital, criamos o Comitê Estadual de Prevenção e Combate a Tortura, e  a representamos no Conselho Estadual de Direitos Humanos. Atuei na construção da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), participando como representante da Pastoral Carcerária Nacional para a Questão da Saúde.

Após vinte e cinco anos atuando na Pastoral Carcerária da Arquidiocese da Paraíba retornei em 2021, em plena pandemia da COVID -19 para a cidade de Guarabira e voltei a reintegrar a equipe da Diocese e do pequeno grupo que atua o Presídio Regional João Bosco Carneiro.

A Pastoral Carcerária foi um divisor de águas em minha vida. Foi através dela que fui abrindo a visão para outras áreas me tornando militante dos direitos humanos e do movimento de luta antimanicomial. Por dez anos integrei uma equipe interprofissional de um Caps Ad na cidade de João Pessoa como assistente social.

Atualmente colaboro com a Pastoral Carcerária da Província da Paraíba e do Regional da CNBB do Ne2, mas acima de tudo, a atuação como agente de pastoral carcerária, o contato direto com os irmãos presos é a missão mais importante é gratificante que pude e posso exercer.

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