Hoje a data ativou a minha memória afetiva e voltei no tempo…
Chego a lembrar o cheiro do café reforçado e apressado ao som da alvorada.
Marchando na cadência da banda marcial, atravessávamos as ruas de Bananeiras, ladeira acima, pra nos organizar no largo da matriz.
A descida triunfante, sob os aplausos da grande plateia que se espremia nas calçadas, fazia o meu pequeno coração palpitar mais forte. Era uma grande emoção ouvir o ritmo da marcha perfeita e tão ensaiada no frio agosto, pelas ruas da cidade.
Jogos, apresentações nos grêmios estudantis, teatros, músicas, festa no clube, desfile… animavam a “Semana da Pátria” e hoje me rendem muitas recordações.
Não lembro da expressão patriota de amor ao país, apesar da disciplina Educação, Moral e Cívica, incluída no currículo pelos governos militares, mostrar um Brasil bonito, ordeiro e justo.
O colorido das fardas, as bandeiras tremulando, a cadencia dos desfiles me chegavam como uma grande festa popular e estudantil.
E com o tempo me foi sendo desvendadas as atrocidades da ditadura que na época acontecia e a dureza dos governos da era de chumbo. Me era apresentado um país real, injusto e desigual. Um país violento sobretudo com os pobres, pretos e povos originários. Um país que precisava de minha indignação e mais ainda da minha ação, como gota d’água no oceano, para mudar sua história.
E hoje estou aqui…
Me chamam de esquerdopata, comunista, socialista, radical, vermelha, petista, defenssora de bandido… mas sigo meu caminho… sempre na contramão da história e sempre do lado dos pobres.
O encontro com um “prisioneiro, condenado e morto” que defendia “vida para todos”, me leva hoje a gritar, juntos a meus irmãos no vigésimo sétimo Grito dos Excluidos, embora sem participar hoje do ato, Vida em primeiro lugar! “Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda, já!”
Bom dia amiga. Seu texto ja conhecido porem nao lembrado veio me molhar os olhos. Foi o primeiro do dia. Hoje fiquei mais tempo na cama esperando a banda passar tocando o Hino da Independencia mas "nada". Só lembranças da minha colorida infancia em Nova Floresta onde estudava. Da minha saia plissada que dormia debaixo do colchão. E outras e mais outras. Tão absorta em lindas passagens e tão triste com o que fizeram de nós. Sem mais delongas te agradeço o envio.. Um beijo pra vc e sua mamãe.
ResponderExcluirObrigado: quando estamos em Deus, o amor é universal e nossa Pátria é o Mundo! Claro que, se o Papa é Argentino, Deus é brasileiro...
ResponderExcluirBoa tarde amiga,como é bom lembrar nosso tempo de criança e adolescente nesta data onde podíamos desfilar com segurança representando nossa pátria
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