
Fiz minha graduação na FURNe, na época em que o senhor era o reitor, mas foi pelo meu pai Antonio Mendonça Coutinho, que foi seu aluno e admirador que aprendi também a admira-o. O admirava pelo que me diziam pelo que era publicado, pelo que era propagado ao seu respeito. Poucas vezes o encontrei em eventos, mas, acho que nunca nem o cumprimentei.
Com a sua nomeação como Secretário de Cidadania e Justiça uma chama de esperança brotou em meu peito. Militante como agente de Pastoral Carcerária a muitos anos, pude perceber na sua primeira entrevista que o senhor ia fazer a diferença e ia provar que a minha utopia podia perfeitamente ser realizada.
Junto com o Pe. Bosco, coordenador estadual da Pastoral Carcerária fizemos o primeiro contato que desencadeou inúmeros outros durante a sua permanência na pasta. Sua queixa para nós era uma convocação. Estreitamos os laços e a minha admiração pelo senhor passou a ser uma devoção. As feras (como muitos os consideram) que estavam por trás das grades passaram a ser pessoas merecedoras de direito e dignidade. As rebeliões passaram a ser movimentos reivindicatórios em que nós, o senhor e a Pastoral Carcerária, entravamos nos espaços inflamados, sem nenhuma arma e sem escolta, para acalmar os ânimos. Nenhum tiro, nenhuma morte. O respeito ao ser humano sempre foi primordial.De fato, o senhor foi o marco no Sistema Penitenciário. Humanizar é possível e foi o senhor que concretizou com suas atitudes e ações o nosso sonho. Nós sabemos que a plenitude só não foi possível por conta da sabotagem de seus comandados incomodados com a moralização do sistema.
Obrigada meu amigo!
Obrigada pelo testemunho, pela amizade, pela atenção, pelo carinho, pelos mimos.
Sentirei muito a falta das suas prosas, das suas graças, das suas broncas.
Saudades da “menina Guiany”.
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